Como é subir o Monte Fuji? Minha experiência na “escalada” ao Fujisan
Afinal de contas: como é subir o Monte Fuji? Hoje eu vou contar como foi minha experiência e a primeira coisa é que eu acabei escolhendo a Fujinomiya, por ser a trilha mais rápida. A nossa ideia era começar a subida por volta de 23h ~ 00h e chegar no topo com o sol nascendo. Mas não rolou! O tempo estava tão ruim que tivemos que pernoitar na 5ª parada, até que liberassem a nossa subida.
Foi até bom ter que esperar lá na 5ª parada. Foi bom pra me ambientar com o frio e com a altitude. Aliás, é recomendado que você fique pelo menos 1 hora ali na 5ª parada, pra não sofrer com o aumento da altitude, repentinamente.
Quando chegamos na 6ª parada o tempo começou a melhorar, mas era só pra dar o ar da graça mesmo, porque ele abria e fechava na velocidade da luz!
Entre a 6ª e a 7ª paradas, a subida ficou mais puxada e minha tia não aguentou. Seguimos apenas eu e meu primo, Ryuta. A parte mais cômica de toda a subida é que eu não falava japonês e ele não falava português! A comunicação fluiu em linguagem de sinais! ahhaha!
E, finalmente, chegamos na 7ª parada. Pausa para uma foto, uma água, uma barrinha e, é claro, o carimbo no cajado – êbaaa!! O tempo esfriava, o vento era forte e gelado, mas conforme subíamos, era tranquilo. Duro era sair de dentro da estação de parada depois da pausa… mas, queríamos chegar logo. Até porque, imagina só se o tempo piorasse?! E a gente tivesse que ficar lá em cima “preso” esperando?! Não rola né!? Então, pé na montanha…
O engraçado é que acho que estava rolando tipo uma competição de corrida. Ou então, era uma gente meio louca, treinando mesmo. Mas passavam umas pessoas correndo monte acima, sem nenhum casaco nem calça. De short mesmo. Bastante adulto, mas algumas crianças também. Ô loco!
Chegamos à 8ª parada. O frio estava ficando crítico. Foi aqui que tive que parar pra comprar outras luvas. Minha roupa estava ficando encharcada por causa do vento e umidade. Aproveitamos a pausa mais longa para lanchar, tomar um café pra esquentar e alongar as pernas.
Falei longa, mas acho que exagerei. Se paramos por 30 minutos, foi muito! hahaha! E tu não vai acreditar… já que sentamos, fui pegar meu celular pra registrar o momento e TADAAHHHH, tinha rede lá em cima! E com direito à internet! Um tapa na cara da telefonia brasileira, que basta entrar em qualquer lugar pra ficar sem sinal!
Ah! Lá na 8ª parada tinha uma galera hospedada. Não é nada demais. Apenas um lugar onde se pode deitar mais reservadamente e descansar. É bom pra quem quer subir sem muita correria. O preço varia entre ¥ 5000 e ¥ 7000, dependendo se vai ter refeição inclusa ou não.
Continuamos a subida e chega a fase crítica entre a 9ª e 10ª paradas: a 9,5ª parada. Isso porque começa a ficar cansativo mesmo. O ar fica rarefeito demais e 100 mt parecem 1 km de caminhada. Duro! Mas pô, tu tá ali, quase no topo né?! Não existe a menooor possibilidade de parar ali. Então vida que segue e bora andar pra mandar o frio embora!
E finalmente, chegamos na parada 10! O topo!!! E pra tu ter ideia de como o tempo estava ruim, nem o templo nem a loja que tem lá em cima, estavam abertas. Então quem não tinha mantimentos ali, estava lascado.
O pior da lojinha estar fechada, foi que não conseguimos pegar o carimbo da última parada, looogo da última! Fazer o que né?! Mais um motivo pra eu voltar lá e fazer tudo de novo. E quem sabe na próxima, eu tenha sorte com um tempo bonito e ensolarado!?
Ficamos um tempo lá em cima, demos um rolé em volta da cratera, maaaas, estava muuuuito frio. Então resolvemos descer logo. E, sorte a nossa, conseguimos pegar um tempinho bom, pelo menos na descida!
Resumo da ópera: Chegamos na 5ª parada era 1h30 da madruga e esperamos até às 5h30 para liberarem nossa subida. Chegamos no topo da montanha 11h. Passamos 30min lá em cima e chegamos na 5ª parada, novamente, às 13h20. Foram 5 horas e meia subindo e 1 hora e 50 minutos, descendo.
Na descida tem que ser mais cauteloso, porque escorrega muito e é bem íngreme. O cajado é essencial nessa parte. Se o joelho vai pro espaço com o apoio do cajado, imagina sem…
Quanto foi gasto?
Só para lembrar de alguns dados importantes:
Na ida pro Monte Fuji não gastei muito, já que fui com meu tio. Fomos de carro até a base do monte. De lá pegamos um táxi que ia até a 5ª parada e depois só tivemos gastos com alimentação, cajado, carimbos e banheiro! Ah! Na volta pra casa da minha avó, gastei com passagem. O que acabei gastando foi:
- Alimentação: R$ 103,65
- Passeios (carimbos no cajado): R$31,05
- Compras (cajado, luvas e tênis): R$ 131,12
- Transporte (de volta para casa da Obaachan): R$ 119,42
Conclusão
O monte Fuji é aquele local que você deve ir mesmo que não esteja apto a fazer a subida. Se esse for o caso, vá em Hakone, uma cidade que fica aos pés da montanha, bem famosa por abrigar diversos Onsens. Eles são lojas de banho em piscinas de água termal, nos mais diversos preços e visuais. Ótimo pra quem quer dar uma relaxada e curtir um programa tipicamente japonês!
O Monte Fuji foi registrado em junho/2013, como Patrimônio Cultural Mundial. Hoje, ele tem sua própria data de celebração, dia 23 de fevereiro. O mais engraçado é como que foi estabelecida essa data. Fu (2) Ji (2) San (3), foneticamente falando, significaria 2-2-3. Então decidiram estabelecer que o Fujisan No Hi (dia do Fujisan) seria 23.2.
That’s all Folks!